8 de Junho de 1972: A aldeia vietnamita Trang Bang foi bombardeada com napalm. Com as roupas a arder, Kim Phuc, com 9 anos, corre estrada fora à procura de socorro. Esta foi uma das foto de guerra mais premiadas.
Na guerra do Vietnã, uma foto em particular foi publicada em quase todos os jornais do mundo. Ela retratava uma menina aterrorizada a fugir da sua aldeia, com outras crianças, para tentar escapar ao horror do napalm que lhe queimava a pele. Chamava-se Kim Phuc, quase morreu, tendo ficado com cicatrizes em quase todo o corpo.
Segundo o jornal “Crónica Cristã” de Minnesota, em 1996 Kim Phuc foi convidada a proferir uma palestra em Washington, no Memorial dos Veteranos do Vietnã. No discurso ela afirmou que perdoaria o piloto que lhe infligiu tamanho dano, se um dia eles se encontrassem. O homem a quem ela se referia era John Plummer. Ele julgava que não havia civis na aldeia, por isso ordenara o ataque. Mas a culpa continuava latente e precisava sentir-se perdoado.
Ele soube que Kim estaria lá, e foi ouvi-la. No fim da cerimônia, encontraram-se. Naquele momento, John Plummer, constrangido, apenas repetia: “Perdoe-me, eu sinto muito”. Kim Phuc fitou-o por momentos e respondeu: “Tudo bem, está perdoado”.
Ela perdoou e desde aí dedicou-se a promover a paz, criando a “Kim Phuc Phan Thi Foundation” em 1977, uma fundação que ajuda crianças vítimas de guerra, em qualquer parte do mundo, fornecendo ajuda médica e psicológica de modo a ajudá-las a superar as experências traumáticas.
Mas como poderia ela perdoar aquele piloto? Kim tornara-se uma seguidora de Jesus Cristo após a guerra, assim também como John. Eles entendiam o perdão – como dá-lo e como recebê-lo. Eles foram perdoados por Jesus e permitiram que o ciclo do perdão continuasse.
Kim Phuc era uma mulher cristã.
Podia ter ficado ressentida e odiado o piloto. Podia ter desenvolvido um espírito amargo e vingativo. Podia ter carregado uma raiva inflamada desse incidente cruel que a marcara para sempre, mas seguiu Jesus: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44); e também: “Não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados” (Lc 6.37). Ela sabia que fora totalmente perdoada: “Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão” (Dn 9.9). Ela podia orar o “Pai Nosso”: “Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve” (Lc 11.4).
Assim, Kim Phuc perdoou o piloto americano, aliviando-lhe o coração carregado de culpa.
Num mundo onde a retaliação é comum – “olho por olho, dente por dente” – os crentes em Jesus não somente são perdoados, mas também são chamados para perdoar.
Com a ajuda do Espírito Santo, que habita em nós, podemos escolher ter um espírito de perdão, seguindo o conselho bíblico: “Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13).
A activista pela Paz, que foi nomeada Embaixadora da UNESCO em 1994, é o símbolo vivo do sofrimento de inocentes vítimas da guerra. A sua imagem ao ser queimada por napalm correu mundo, como testemunha dos horrores da guerra e tornou-a portadora de uma mensagem de perdão, reconciliação e tolerância.
Samuel Câmara e B. Lino
[extraído]
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Deus abençoe (: